2012-maio-27
Ref.ª: 2.6
Depois da euforia das festas, o stresse dos exames
O mês de maio é, seguramente, um período importante na comunidade da Universidade de Coimbra.
Todos os anos, o calendário escolar da UC consagra como pausa letiva uma semana dedicada à Queima das Fitas, o que permite que a primeira quinzena deste mês seja vivida de forma intensa e festiva pela maioria dos estudantes. Esta quebra de rotina no ano escolar – que, no meu entendimento, teria benefícios acrescidos se ocorresse no início de junho, no final do período de aulas do segundo semestre –, provoca um efeito surpreendente na cidade, onde as manhãs se tornam estranhamente silenciosas e calmas em contraste com a animação noturna.
Terminadas as festas, recomeçam as aulas, que se prolongam por escassas três ou quatro semanas, e, quase sem darem por isso, os alunos deparam-se com a época de exames. De repente, esvai-se a euforia e instala-se o stresse. Para agravar o panorama, e na tentativa de recuperar o controlo da situação, adotam-se estratégias de estudo desastradas e acumulam-se fotocópias de apontamentos de origem duvidosa, enquanto se substituem horas de sono por sessões de trabalho atabalhoadas e se alteram hábitos alimentares.
Não estou, naturalmente, a referir-me ao pequeno (infelizmente, muito pequeno) grupo de bons alunos, aos que estão satisfeitos com o seu desempenho escolar e que usualmente atravessam tranquilamente esta fase, mas sim à grande maioria dos que se comportam muito vagamente como estudantes universitários. Neste segundo grupo incluo os que não têm hábitos de estudo, bem como aqueles que, por diversas razões (de ordem familiar, profissional ou outra), não dispõem de tempo suficiente para estudar. Em ambos os casos, só me parece possível melhorar o rendimento pessoal se se optar por estabelecer prioridades, por planificar criteriosamente o dia a dia e, sobretudo, por fazer escolhas. Deste modo, atitudes como insistir em adotar o método de trabalho do “colega” que é simpático e divertido, mas cujo desempenho escolar deixa muito a desejar, ou continuar convencido de que está tudo sob controlo até ao último exame da última época de recurso, são a forma mais eficaz de deitar fora o esforço despendido ao longo do ano.
Numa época em que todos somos instados a tudo fazer, numa sociedade na qual – como diz Alberto Manguel – temos de ser consumidores para que essa sociedade sobreviva, é fundamental que comecemos por refletir sobre a gestão do nosso tempo, tendo sempre bem presente que o número de horas de que dispomos é finito. Fazer uma lista exaustiva de todas as atividades desenvolvidas na última semana é uma forma de iniciar o processo. Por um lado, contabilizar o número de horas diário e semanal gasto com aulas, refeições, amigos, família, televisão, etc. e classificar cada uma das tarefas quotidianas como fundamentais, importantes, prescindíveis ou desperdício de tempo é um exercício essencial que ganha vantagem quando feito em conjunto com alguém que nos conheça bem – familiar ou amigo – e que não nos deixe cair na tentação de sermos demasiado brandos ou exigentes nesta análise pessoal. Por outro, na fase do planeamento concreto, depois de feito um levantamento sério do trabalho a desenvolver neste período de exames, e recolhido o material indispensável (textos de apoio, apontamentos pessoais, …), devemos saber responder a várias questões. Quais os exames que quero realizar? Quantos dias tenho para me preparar? Vou estudar sozinho ou acompanhado?
Hoje, Domingo de Pentecostes, dia em que celebramos a existência de uma força inspiradora que nos anima e nos convida a sermos mais conscientes e exigentes, não desistindo das metas concretas e possíveis que nos propomos alcançar, o desafio é claro: vamos trabalhar e dar o nosso melhor!
Teresa Pedroso de Lima
Membro da Comissão Diocesana Justiça e Paz
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